Mírian dos Anjos, fundadora da Kinah Boutique Afro, tem uma reunião importante na semana que vem. Ela se encontrará com seu gestor financeiro para planejar o próximo ano.
— Os planos para 2020 são expandir e produzir mais para conseguir atender a toda a demanda. Estamos com um ponto de venda físico em São Paulo e mês que vem teremos uma loja colaborativa no Rio — explica a empresária, que participou do programa de aceleração Shell Iniciativa Jovem.
O fim do ano é o momento de os empresários começaram a organizar seus planos estratégicos para os próximos passos. Micros, pequenas, médias e grandes empresas precisam projetar seus objetivos.
No caso da Megamatte, este processo começou em setembro. De acordo com o CEO, Julio Monteiro, são oitos fases até dezembro, que correspondem a quase 312 horas focados em pensar nos próximos anos.
— A nova forma de pensar em planejamento estratégico precisa de tempo e dados. Atuar com achismo é ter um plano fadado ao fracasso. O uso de inteligência artificial para extrair informações relevantes do consumidor fará a diferença e aproximará a empresa do sucesso .
Fernando Massi, sócio fundador da rede de franquia OrthoDontic, afirma que é essencial entender o panorama atual da empresa, analisar os indicadores e compará-los com as metas estabelecidas para o ano vigente.
— Quais foram superadas? O que não deu certo? Por que não deu certo? Em seguida, deve-se olhar para fora, estudar projeções socioeconômicas e o cenário político, analisar a concorrência, e identificar riscos e oportunidades — disse ele.
Leandro Marinho, gerente de Atendimento do Sebrae-RJ, lembra que o planejamento é a principal ferramenta para reduzir a probabilidade de erros na gestão de negócio.
— Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve. Se não tiver claros seus objetivos, a chance de desviar do melhor caminho e das melhores práticas se tornam enormes. E se desviar do melhor caminho representa custos desnecessários e perda de recursos — alerta.
Ele salienta que, neste processo, é importante fazer uma autoanálise, para saber quais são os pontos fortes e fracos.
— É importante mapear no mercado quais oportunidades existem e ver o que se pode explorar. E quais são as ameaças que o mercado oferece ao negócio: novos entrantes, novos produtos, mudança do hábito de consumo do cliente — salienta.
Esta análise pode ser feita com aplicativos gratuitos. Ferramentas como o Canvas ou Swot, de gerenciamento estratégico, ajudam muito, diz Marinho.
Os aplicativos podem auxiliar no planejamento financeiro, explica Adriano Borges, supervisor contábil da Crowe, rede global nas áreas de gestão, finanças, auditoria e consultoria.
— Pode-se também organizar as informações em uma planilha, relacionando mês a mês a expectativa de receitas, impostos, custos com matéria prima, gastos com empregados, remuneração dos sócios, aluguel e demais gastos do dia a dia, etc. Ao final, será possível nivelar as receitas e despesas para o resultado esperado. Uma opção complementar é procurar uma consultoria especializada para trabalhar alinhada fundamentalmente à estratégia da empresa — enumera.