Embora o momento esteja propício para investir em um novo negócio, segundo analistas do mercado, os futuros empresários devem estar atentos a uma série de cuidados ao dar este passo.
De acordo com a pesquisa Sobrevivência de Empresas do Sebrae, três em cada 10 novos pequenos negócios encerram as atividades após cinco anos, sendo que o comércio tem a maior taxa de mortalidade: 30,2% das empresas não vingam.
Outro dado na pesquisa é que um terço dos fechamentos é de microeempreendedores individuais (MEI). E são justamente as micro e pequenas empresas que mais abrem as portas, como observa a especialista em finanças da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Merula Borges.
Ela acredita que o avanço da vacinação e a reabertura do comércio estão colaborando para a alta nas vendas, mas também explica a abertura de MEI nestas áreas está relacionado ao fato de que algumas atividades não necessitam de alvarás e licenças como artigos de vestuário, promoção de vendas, cabelereiros, manicures e preparação de alimentos.
— Muitos são empreendedores por necessidade que buscam complementar a renda perdida pela perda do emprego no núcleo familiar ou pela perda do poder de compra causado pela alta inflação em produtos de primeira necessidade como alimentação, energia, combustíveis e fim ou redução dos auxílios oferecidos pelo governo.
Planejamento é tudo
Independentemente do tamanho do negócio e se ele surgiu a partir e uma necessidade ou desejo, o primeiro passo é se planejar financeiramente.
Fora o desembolso inicial, deve-se considerar uma reserva financeira de, pelo menos, seis meses para giro de caixa e saber que e retorno do investimento leva de 12 a 24 meses.
— Para começar, além de pesquisar o mercado, busque auxílio de ferramentas, como o modelo Canvas. O Sebrae tem diversas soluções para essa fase. Outro ponto é definir o seu público-alvo, ou seja, para quem sua empresa irá vender — orienta o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Não repita erros comuns
Entre os erros mais comuns cometidos pelos novos empresários, diz, estão misturar os bens particular e empresarial, não ter este planejamento e fazer dívidas sem previsão de receitas.
— O empreendedor também deve ficar atento ao fluxo de caixa que é uma ferramenta básica que permite apurar e projetar o saldo disponível para que exista sempre capital de giro, para aplicação ou eventuais gastos — destaca Melles.
André Friedheim, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), acrescenta que ao escolher o ponto comercial, item crucial, o empresário deve considerar locais movimentados para além do shopping e lojas de rua, como universidades, hospitais, condomínios e parques.
E pesquisar muito sobre o mercado que pretende apostar antes de fechar negócio:
— Tem que entender se o produto ou serviço que quer vender é aderente e fazer conta. Abrir uma franquia é um compra racional, em que deve ser considerados o investimento inicial e o tempo de retorno.
Irineu Fernandes CEO GIC Brasil e autor do livro ““Os rumos do varejo no século XXI – Pandemia e Transformação” destaca ainda a importância do controle do estoque e localização dos produtos.
— Este é um problema recorrente. O controle preciso do estoque de sua unidade é ponto de partida para o circuito operacional e financeiro. A demora na separação de produtos e a falta de espaço apropriado para a operação podem travar a venda, sejam elas on-line ou físicas.