Presidente da comissão especial da reforma tributária, o deputado Hildo Rocha (DEM-MA) afirma que as empresas de diversos setores já se movimentam em torno da proposta no Congresso.
Segundo ele, há preocupações em relação à alíquota única padrão para os diferentes setores da economia. O temor é que o percentual seja muito alto para certas empresas.
Até agora, diz o deputado, representantes do ensino privado têm sido os mais ativos nas manifestações.
O presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, Ademar Batista Pereira, afirma que uma alíquota uniforme de 25% para todos, como indica a proposta em tramitação na Câmara, prejudicaria o segmento.
“O IVA para a escola particular é mortal”, diz. Para ele, o ideal seria uma desoneração total da folha de pagamento dessas empresas combinada a um IVA de 13% ou 14%.
Representantes de outros segmentos também se articulam para ter um porcentual diferenciado.
Reynaldo Lima Junior, presidente do Sescon-SP (entidade das empresas de serviços contábeis), defende que o imposto único precisaria de uma alíquota de 25% para a indústria e comércio e 10% para os serviços.
Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), diz que a criação de um IVA é bastante positiva, desde que contemple a desoneração completa das exportações e do setor primário de alimentos.
A proposta da Câmara prevê o benefício para o exportador, mas acaba com política de desoneração da cesta básica, substituída por um mecanismo de compensação por meio do Bolsa Família.
Nesse ponto, a CNA tem preferência pela proposta do Senado (PEC 110/2019), que cria o IBS com uma alíquota mais baixa para alimentos, de 4%.