Com o desemprego em queda, o mercado de trabalho mais aquecido, um cenário de pós-pandemia que modificou severamente a forma que as pessoas encaram suas carreiras e se tornaram mais criteriosas para a seleção de vagas, o recrutamento também deve acompanhar as mudanças e se adaptar às novas exigências.
Para o diretor-geral da Robert Half na América do Sul, Fernando Mantovani, a situação atual aumenta bastante o desafio de contratar talentos, já que muitas empresas estão com mais e novos postos de trabalho abertos e, fazendo simultaneamente, o movimento de preencher vagas frente a uma escassez de candidatos.
Os dados do último Índice de Confiança Robert Half (ICRH) confirmam esse cenário desafiador para as empresas. De acordo com o estudo, que ouviu recrutadores, a intenção em realizar contratações está muito alta para 8% das empresas e alta para 22% delas.
“Note que apenas aí já temos quase um terço da nossa amostra direcionada para fazer admissões muito em breve. Para 32% das companhias, a intenção de contratar é média. E essa intenção fica baixa e muito baixa para 27% e 11%, respectivamente, das organizações que participaram da sondagem”, explica o diretor.
Ele ainda ressalta que, se a essa altura parece estranho o tom de alerta sobre o tema, já que o assunto é contratar e crescer, é porque muita gente desconhece o fato de que apenas realizar um processo de recrutamento e seleção não necessariamente resolve o problema de preencher vagas.
“A principal questão gira em torno de como realizar esse processo, de modo a atrair o perfil adequado. Processos que sejam rápidos ou demorados demais provavelmente incorrerão em erros, tal como admitir profissionais com pouca sinergia com a empresa ou, ao contrário, perder candidatos que seriam excelentes para o cargo disponível”, elucida.
É necessário ter cuidado na hora de contratar
A consultoria explica que, tanto uma admissão apressada e equivocada quanto a perda de um talento para a concorrência, oneram a empresa de várias maneiras.
“As equipes ficam mais sobrecarregadas, há custos com uma possível demissão e nova contratação, além do desgaste na imagem da organização, que passa a impressão de ser pouco eficiente quando se trata de recompor suas equipes”, afirma o diretor-geral.
Além disso, um recrutamento moroso desmotiva os participantes, que podem desistir no meio do caminho, e dá margem para que outros desligamentos aconteçam, aumentando ainda mais o número de vagas a serem ocupadas.
As boas práticas do recrutamento
Um recrutamento bem-sucedido envolve não apenas etapas, mas cuidados que garantam uma boa evolução e conclusão do processo realizado.
O objetivo, de forma geral, é contratar o profissional mais bem preparado e alinhado ao cargo e à cultura da empresa. Para tanto, é fundamental observar os aspectos a seguir:
Transparência no processo
O primeiro passo é também um dos mais importantes: a divulgação da vaga. Caso não seja confidencial, o recrutamento deve ser o mais transparente possível. Somente assim candidatos realmente afinados com as necessidades e as expectativas da organização serão impactados.
Um anúncio de vaga presencial que omita o endereço, por exemplo, corre o risco de atrair pessoas que eventualmente moram longe e sequer tiveram a chance de pesar esse fator antes de enviar um currículo.
Objetividade
Informações precisas, diretas e sucintas sobre a empresa (tamanho, presidência, localização, entre outras) bem como sobre o cargo oferecido, facilitam a vida dos candidatos e aceleram os resultados.
Com informações completas, os candidatos rapidamente poderão saber se a vaga interessa ou não. De quebra, eles terão uma visão positiva sobre a postura da empresa desde o primeiro contato.
Timing
Planeje o recrutamento para durar, no máximo, um mês, reservando cerca de uma semana para cada etapa (divulgação, seleção, entrevistas, etc). Cogite realizar as etapas iniciais por chamadas de vídeo, pois trata-se de um recurso válido para ganhar agilidade.
Ajuda especializada
As tendências de recrutamento e seleção mudam o tempo todo e exigem novas abordagens para atrair os melhores candidatos. Se a companhia está com dificuldade de realizar o processo, seja por falta de tempo, de pessoal ou de conhecimento e experiência, contratar uma empresa especializada é uma ótima alternativa.
Especialistas no assunto garantem que todas as etapas do recrutamento sejam cumpridas com qualidade e eficiência. Há, ainda, a vantagem de ter um “olhar de fora”, que sempre agrega valor a qualquer projeto ou iniciativa.
Com informações Robert Half