O Paraná registrou 5.596 divórcios extrajudiciais, realizados diretamente em Cartórios de Notas, no segundo semestre de 2020. Somente em dezembro do ano passado, foram quase mil divórcios no estado. O número é 13% maior do que as 4.935 dissoluções matrimoniais que ocorreram no segundo semestre de 2019.
O levantamento foi feito pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), entidade que reúne os Cartórios de Notas do País. Essa variação é uma média histórica estadual desde que os cartórios de notas do Paraná começaram a realizar os divórcios, em 2007.
No Brasil, a média se mantém. O número total de 43.859 divórcios extrajudiciais, realizados diretamente em Cartórios de Notas, no segundo semestre de 2020, é 15% maior do que as 38.174 dissoluções matrimoniais ocorridas no segundo semestre de 2019.
Maringá, no entanto, vai na contramão desses dados. O número de divórcios na cidade se manteve. Em 2020, Maringá registrou 578 divórcios, apenas um a mais do que o registrado em 2019, quando foram 577.
O presidente do CNB/PR, Renato Lana, analisa que a justificativa para esse aumento nos registros de divórcios no estado foi o longo período de convivência durante a pandemia.
Além disso, hoje o processo de divórcio pode ser feito de forma online, pelo site do e-Notariado, e o casal estiver em comum acordo e não tiver pendências judiciais com filhos menores ou incapazes.
A psicóloga Elise de Cnop analisa que pode ser que a pandemia tenha antecipado a data de validade de casamentos que já não estavam tão bem.
“Eu não vejo os casais que estavam sólidos, que eram casamentos mais antigos, duradouros, digamos assim, sendo esses que se divorciaram agora durante a pandemia”, afirma a psicóloga.
Segundo ela, para evitar conflitos, a palavra de ordem em um relacionamento é o bom senso.
“Olhar para o outro com o olhar de que ele não precisa cumprir sempre com as minhas expectativas, ele é o outro. Ele é um e eu sou eu. Nós temos individualidade e que o outro não precisa cumprir todos os índices da minha ‘listinha de deveres’. Eu preciso me manter saudável, me manter bem e eu preciso estar regando o meu jardim para que a borboleta queira voltar para o meu jardim […]. A relação tem que ser agradável, eu preciso construir uma relação boa, agradável, para que o outro tenha prazer em ficar”, explica Elise.