Uma investigação realizada pela Receita Estadual do Paraná e pelo Grupo de Atuação Especial do Crime Organizado (Gaeco) identificou treze empresas no estado que sonegaram R$ 33 milhões em impostos em um ano.
O Gaeco e a Receita Estadual identificaram que essas empresas existiram apenas no papel, não tinham espaços físicos ou funcionários.
Segundo a Receita Estadual, essas empresas investigadas realizaram a venda simulada de mercadorias, principalmente de produtos agrícolas. Com a venda simulada, elas geravam créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e ao efetuar transações de commodities não pagavam os impostos devidos, usavam esses créditos fictícios.
O Gaeco informou que essas empresas seriam de laranjas, pessoas que não tinham renda compatível com a movimentação milionária realizada.
"As compras e vendas dessas empresas geram entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões. Muito difícil alguém que tenha um capital de R$ 100 mil possa gerir um movimento tão grande em um período de tempo tão curto", explicou o delegado da Receita Estadual José Carlos Guidotti.
As treze empresas tiveram o registro cancelado pela Receita Estadual. As pessoas que aparecem como donas dessas empresas e os contadores devem ser ouvidos a partir desta sexta-feira (30).
O objetivo é identificar as pessoas que se beneficiaram com a sonegação. Se for comprovado as ilegalidades, os suspeitos podem responder por falsidade ideológica e documental e por sonegação de impostos.
"Ouvindo os sócios, os laranjas, nós vamos identificar e procurar esclarecer de que forma eles passaram a integrar o quadro societário dessas empresas", afirmou o promotor Jorge Barreto.