A crise do novo coronavírus atingiu fortemente os cofres públicos. E a prova disso é que a arrecadação com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), uma das principais fontes de receita para os estados e municípios do Brasil, registrou queda de quase R$ 1,5 bilhão no primeiro semestre deste ano, com queda de 9,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados fazem parte do relatório semanal divulgado pela Receita Estadual, o Ipardes e o governo do Paraná, no qual o Poder Público faz uma análise dos impactos da crise do coronavírus na economia do estado.
Nos dois primeiros meses do ano, a arrecadação do Paraná com ICMS havia sido superior aos resultados do ano anterior, com um total de R$ 5,589 bilhões entrando nos cofres públicos, alta de 3,8% na comparação com os dois primeiros meses de 2019.
Nos meses seguinte, contudo, a pandemia do coronavírus chegou ao Brasil e aí a arrecadação despencou. Em março, o tombo foi de 6,3%. Em abril, chegou a 16,5%. O recorde, porém, foi registrado em maio, com -29,8%. Já em junho, a variação foi de 12,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Lojas de calçado, vestuário, restaurantes e lanchonetes foram as mais afetadas
O relatório do governo estadual também traz dados sobre a variação real das vendas em 2020 em relação ao mesmo período de 2019. E dos 11 setores analisados, apenas três tiveram aumento nas vendas no primeiro semestre: hipermercados e supermercados (7%); farmácias (5%) e lojas de áudio, vídeo e eletrodomésticos (2%).
Por outro lado, lojas de calçados (-35%), restaurantes e lanchonetes (-33%), vestuários e acessórios (-32%), cosméticos, perfumes e higiene pessoal (-23%) e veículos novos (-20%) registraram os maiores tombos. Materiais de construção e ferragens (-1%), informática e telefonia (-10%) e cama/mesa/banho (-14%) foram os outros setores analisados.