A partir de 2026, o número de trabalhadores isentos do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) deve dobrar. Com a prometida atualização da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil, cerca de 20 milhões de pessoas deixarão de pagar o tributo, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Hoje, a faixa de isenção é de R$ 2.824 (dois salários mínimos) e beneficia 10 milhões de contribuintes. A nova regra também reduzirá a alíquota para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil, alcançando mais 16 milhões de pessoas, de acordo com o Dieese.
Impactos econômicos
A Unafisco, associação de auditores fiscais, prevê que a medida pode injetar até R$ 50 bilhões na economia, aumentando o consumo e o Produto Interno Bruto (PIB), já que 65% do PIB vem do consumo das famílias. No entanto, especialistas alertam para possíveis pressões inflacionárias e impacto fiscal nas contas públicas, estimado entre R$ 35 e R$ 45 bilhões anuais.
Compensação e justiça tributária
Para evitar desequilíbrios fiscais, o governo planeja compensar a isenção cobrando mais de quem ganha acima de R$ 50 mil mensais. Segundo o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, essa mudança busca corrigir desigualdades e garantir que a reforma da renda beneficie principalmente os trabalhadores de menor renda.
Efeito redistributivo
A medida reforça a progressividade do sistema tributário, onde quem ganha mais paga mais. Especialistas afirmam que isso não apenas reduz a desigualdade, mas também cumpre a Constituição ao promover maior justiça social. Contudo, para maximizar os benefícios, defendem ajustes adicionais, como novas faixas de tributação para pessoas com rendas muito altas.
Com essas mudanças, espera-se que a reforma traga alívio fiscal para milhões de brasileiros, dinamize a economia e contribua para um sistema tributário mais justo.