Descobrir talento é complicado para as empresas, mas ainda mais difícil é retê-lo. É nesta gestão de talento que as empresas aplicam novas estratégias enquanto reforça duas ações clássicas.
De acordo com o estudo "Tendências anuais em salários, benefícios e lugares de trabalho 2016" da Randstad, os elementos essenciais para atrair os melhores talentos é através do oferecimento de uma proposta de valor atrativa (74%), seguida de um pacote de salários competitivo (61%), segurança no posto de trabalho e marca empregadora forte (ambas com 28%) e oportunidades de carreira internacional (30%).
Chama a atenção o quão perto estão, em termos de relevância para os profissionais, o salário e a existência de políticas para equilibrar o trabalho com a vida pessoal. Isso ocorre porque "uma das coisas que cada dia são mais valorizadas para a atração de talento é um trabalho que traga bem-estar, e isso está muito ligado a compatibilidade com uma vida pessoal enriquecedora desde o ponto subjetivo da pessoa", disse Isaías Sharon, diretor executivo da Smart Coach.
Na hora de captar e reter o talento, é crucial a definição de competências dos cargos fundamentais. "Foi estabelecida a identificação necessária das 'pessoas essenciais' e os 'cargos essenciais' que são duas dimensões muito importantes na hora de identificar, promover, reter e também conseguir atrair esse talento de outras organizações", disse Sharon.
Agora, inclusive, as empresas não só se preocupam em reter talento através dessas ações, como também aplicam estratégias de comunicação. Por exemplo, um estudo online recente da Randstad revelou que 34% das empresas chilenas investia em comunicação interna e redes sociais para aumentar seu employer branding. Ao mesmo tempo, 12% afirma que destinará recursos para projetar uma estratégia global para enviar mensagens fundamentais para o mercado e outros 12% o fará através de seu website, com uma seção especial que informe sobre o desenvolvimento de carreira, benefícios, clima e cultura.
A combinação perfeita para reter talento
Apesar da maioria das empresas apenas reter seus profissionais com um aumento de salário, essa não é nem a única nem a melhor maneira. Sharon afirma qye "a relação entre novos desafios profissionais, aumento salarial e pacotes de benefícios não monetários são a combinação que se busca na hora de pensar em retenção de talento e vários desses incentivos estão ligados a um tempo de permanência na empresa". E está claro que quando se trata de uma pessoa em um cargo fundamental, os incentivos devem ser maiores, sendo desafio da empresa identificar e potencializar esse talento internamente.
Claramente a retenção por meio de um aumento salarial é uma via que muitas empresas utilizam, mas em meio ao aumento da indenização pode ser algo complicado. Neste caso, Sharon recomenda "pensar em outros tipos de benefícios como dias livres, bom clima de trabalho, rede de benefícios para a pessoa e eventualmente a seu entorno familiar, que façam com que o trabalhador não apenas se sinta valorizado, mas que está no lugar correto".
É nesta gestão de talentos que o desenvolvimento de liderança diretiva é relevante, mas, de acordo com Sharon, "é importante considerar que a liderança consegue resolver até 8% dos problemas organizacionais e não é a solução de todos os males". De toda maneira, estes programas permitem o desenvolvimento das equipes e o funcionamento correto dos processos organizacionais.
"Os bons líderes conseguem criar equipes que promovem condições que permitem resolver os desafios que as empresas enfrentam da forma mais sustentável, e nessa linha, os modelos de liderança facilitadora, também conhecidos como líder-coach, mostram grande efetividade", acrescenta Sharon.