Motor da economia brasileira, o consumo das famílias ficou estagnado (0%) no segundo trimestre, em relação aos três meses iniciais deste ano. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O consumo das famílias é o principal componente do PIB (Produto Interno Bruto) sob a ótica da demanda, respondendo por cerca de 60% do cálculo do indicador.
Após três meses de suspensão, o auxílio emergencial voltou a ser pago no país no começo do segundo trimestre, em abril. Mesmo com a redução nos valores pagos e no número de beneficiários, a retomada do benefício foi vista por analistas como um incentivo ao consumo à época.
Contudo, a inflação e o desemprego em alta desafiam o poder de compra dos brasileiros. O aumento dos preços vem sendo puxado nos últimos meses por combustíveis e pela energia elétrica, que ficou mais cara com a crise hídrica. Já o desemprego chegou a atingir patamar recorde durante a pandemia, e a recuperação do mercado de trabalho tende a ser lenta, segundo analistas.
O IBGE também informou nesta quarta que os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), caíram 3,6% no segundo trimestre.
O PIB sob a ótica da demanda contempla ainda exportações, importações e consumo do governo.
As exportações avançaram 9,4% entre abril e junho. Na teoria, o dólar alto incentiva os embarques.
Já as importações, que ficam mais caras com a moeda americana em patamar elevado, tiveram queda de 0,6% no segundo trimestre.
Por fim, o consumo do governo cresceu 0,7% no mesmo período.