Como encontrar criatividade e inovação para o seu negócio

Fonte: Blog ContaAzul
03/05/2017
Gestão

Muito se fala sobre a importância da criatividade e inovação nas empresas para propor novas soluções para velhos problemas. Incluir essas habilidades na ordem do dia no negócio certamente traz bons frutos, mas, entre a teoria e a prática, como é possível ser criativo e inovador?

Criatividade e inovação na visão empreendedora

Você certamente conhece os conceitos de criatividade e inovação. Eles estão bastante relacionados ao ineditismo, à originalidade, à proposição de ideias novas, ao fazer algo de um jeito diferente ao que costuma ser feito.

O problema é que, na visão empreendedora, só isso não basta. De nada adianta ser inventivo se o produto originado é inviável, ou seja, não tem como ser colocado em prática. O mesmo raciocínio se aplica à uma proposta inovadora, mas que não se mostra útil para a empresa, ou seja, não oferece uma solução.

Eis o grande desafio de empresários e suas equipes: encontrar a criatividade e inovação de forma que se materializem em uma proposta viável e útil, efetivamente contribuindo para a melhoria do negócio.

Entendido o conceito, agora é hora de responder como alcançá-lo.

Encontre o pensamento criativo e inovador na pequena empresa

Se você está lendo este artigo, é porque tem, no mínimo, uma predisposição ao assunto criatividade e inovação. Esse é o primeiro passo, certamente. Afinal, talvez seja necessário implementar mudanças na empresa para que a estratégia funcione.

Mudar, aliás, é um verbo que combina bastante com o pensamento criativo e inovador. E muitos empreendedores têm medo das consequências que uma mudança provoca. Mas nunca esqueça que você já foi corajoso ao decidir abrir sua empresa, então, essa é uma qualidade que não lhe falta.

E se algo faltar, aprenderemos agora, com as principais dicas para encontrar e estimular a criatividade e inovação no seu negócio:

1. Permita que a criatividade e inovação entrem na sua empresa

Você pode se considerar como um entusiasta da inovação, um defensor da criatividade, mas um empreendedor que, acima de tudo, privilegia a produtividade. Não há nada que obrigue uma equipe produtiva a abandonar seu lado criativo, mas o prejuízo pode ser involuntário - e inevitável.

Empresas que focam exclusivamente na produtividade podem fazer uso de métodos que monopolizam o tempo e as atenções de gestores e colaboradores. Quando há metas a bater e uma cobrança excessiva por resultados, mesmo que isso não afete a saúde do ambiente de trabalho, tende a anular o espaço para qualquer tipo de novidade.

Uma solução pode estar na chamada Teoria dos 15%, uma interessante filosofia aplicada pela empresa multinacional 3M. A ideia é que os colaboradores tenham 15% do expediente cedidos para o estímulo a projetos de inovação, empreendedorismo e criatividade relacionados ao negócio da empresa.

Sim, a 3M é uma empresa gigante, mas por que não começar pequeno? Experimente de 2% a 5% do expediente e, gradativamente, vá aumentando o tempo para que vire um hábito. É uma estratégia que pode funcionar bem.

2. Não restrinja as soluções criativas e inovadoras

Quando não há uma cultura na empresa de estímulo à criatividade e inovação, há uma natural transferência de responsabilidade. Quem atua na produção acha que isso é dever do marketing, que por sua vez pode atribuir o compromisso ao RH e por aí vai.

Em uma pequena empresa, cabe ao gestor deixar claro que não há restrições para propostas originais que sejam úteis e viáveis ao negócio. Isso inclui liberar e estimular o pensamento criativo em todas as áreas.

Interessante citar os resultados de uma pesquisa do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA, na sigla em inglês) sobre perspectivas de negócios, cujo tema era inovação. Perguntados sobre os setores que mais contribuem com novas ideias nas empresas, os entrevistados elegeram:

- Gestão executiva: 74%
- Operações: 45%
- Vendas e marketing: 35%
- Finanças e contabilidade: 30%
- Conselho administrativo: 18%
- Recursos humanos: 8%

Embora o estudo não considere a realidade brasileira, seus resultados mostram que todos podem contribuir e, com certeza, mais do que fazem hoje. Inclusive, é possível que a maneira como um setor soluciona determinada demanda possa inspirar outro. Essa é uma característica do benchmarking interno, uma técnica que consiste em olhar para a própria empresa.

3. Crie desafios

Não há dúvidas de que ser inovador e criativo exige sair da zona de conforto. Quando há certa estagnação e a empresa faz tudo do mesmo jeito há anos, não há estímulo algum para que isso mude. É aí que vem o pulo do gato, a coragem que separa os vitoriosos dos conformados.

Seu colaborador tem muito mais a dar do que você percebe no momento. Faça um teste e observe. Dê a ele um desafio e veja como ele reage. É bastante possível que o resultado lhe surpreenda.

Quando ele é instigado a fazer algo novo, seja pela relevância da demanda ou pelo pouco tempo que possui para tanto, ele é levado a mudar sua forma de trabalhar. Como consequência, há boas chances de trilhar o caminho da criatividade ou da inovação.

Mas tenha o cuidado de propor desafios também viáveis e úteis. Do contrário, os resultados tendem a ser negativos e o que parecia um tiro certeiro sairá pela culatra.

4. Conceda autonomia

Entre tantas características que diferenciam uma startup de uma empresa comum está a busca incessante pela inovação. E uma das formas como elas fazem isso é a partir da experimentação.

Em uma startup, os colaboradores são mais do que funcionários, são parceiros na construção de ideias. Eles têm liberdade para participar e opinar.

Mais do que um brainstorm, a famosa tempestade de ideias, isso se concretiza em projetos que a empresa se permite testar e pagar para ver. Assim, promovendo melhorias em cada protótipo, se chega ao modelo ideal em termos de viabilidade de mercado.

OK, você talvez não administre uma startup, mas deve se inspirar nas melhores práticas. Uma boa maneira de fazer isso é definindo uma meta de forma clara e concedendo autonomia para que a sua equipe desenvolva caminhos para chegar até ela.

Nesse processo, uma variável fundamental será a tolerância ao erro, que é outra característica de empresas que se propõe a testar soluções. Inovar sem errar é difícil, mas a forma como você lida com o erro é que faz toda a diferença. A recomendação é que faça de pequenos fracassos o trampolim para recomeçar e qualificar a ação.

Só não confunda tolerância com complacência. Se o erro não está ligado à promoção da criatividade e inovação da empresa, mas relacionado à falta de compromisso, por exemplo, essa não é uma conduta aceitável.

5. Monte equipes heterogêneas

Reside aí uma ajudinha e tanto que seu setor de Recursos Humanos pode dar no processo de incentivo à criatividade e inovação na empresa. Ao selecionar perfis distintos para compor o time, você alcança uma pluralidade de visões que muito contribui para combinar ideias e alcançar soluções criativas e inovadoras.

Montar equipes heterogêneas é uma das mais poderosas estratégias para sair da zona de conforto, deixar a estagnação para trás e pensar fora da caixa.

Mas você não precisa dispensar colaboradores e contratar outros para colocar essa recomendação em prática. Outra excelente maneira de inovar a partir da diversidade de opiniões é na criação de grupos de trabalho para um determinado projeto ou meta, recrutando para tanto profissionais de diferentes áreas da empresa. E como bônus você estabelece um desafio e motiva o colaborador.

6. Motive e valorize

Diferentes autores e estudos defendem que o colaborador motivado rende mais. Como diz Antônio Carlos Macêdo Soares no livro Bem Vindo à Liderança (Clube de Autores): “O fator humano é, ainda, e será por muito tempo, o decisivo na produtividade e lucratividade de qualquer empresa”.

Há alguns anos, uma pesquisa da Right Management sugeriu que o ganho em produtividade alcança 50%. Obviamente, esse índice pode variar entre as empresas, mas a relação é inegável.

Então, se assim é, por que seria apenas no que diz respeito às tarefas operacionais? Para criar e inovar, também é fundamental que as suas equipes estejam motivadas.

Há diferentes formas de motivar um colaborador. Pode ser por seu salário, pela responsabilidade do cargo e de suas tarefas, pelo desafio do cumprimento de metas e por outras formas de reconhecimento e valorização do seu trabalho.

A criatividade e inovação dependem em boa parte de um processo que exige energia, dedicação e paixão por parte do colaborador. Ele precisa viver o projeto com intensidade suficiente para ir além e conseguir oferecer boas e novas ideias.

7. Aposte em uma nova cultura na empresa

Junte tudo o que você leu até agora e faça um balanço das ações. Ao reservar um tempo para sua equipe criar e inovar, ao estimular esse exercício em todos os setores, ao estabelecer metas e dar liberdade para que encontrem meios de realizá-las, ao motivar e valorizar seus colaboradores e incentivá-los a opinar, você muito possivelmente irá além do objetivo inicial.

Ao colocar tudo isso em prática com uma estratégia bem elaborada e persistir, será uma consequência natural que a criatividade e inovação façam parte da rotina e, para ir do hábito à cultura da empresa, é só mais um passo.

Se isso acontecer, e a empresa efetivamente tomar essas habilidades como prioridades para a solução de demandas no dia a dia, os ganhos tendem a aparecer em frentes diversas: no engajamento, na produtividade e no faturamento, por exemplo.

E se todos contribuem com isso, a começar pelos líderes da organização, o céu talvez seja o limite. Para iniciar, basta acreditar.

Qual o papel do gestor nesse processo?

Sabemos que sem uma equipe engajada, motivada e participativa a inovação e a criatividade não acontecem em nenhuma empresa. Mas à frente de um grande time sempre há um grande gestor, não é mesmo? Então, para fazer jus a esse título, há tarefas importantes a cumprir.

A primeira delas é fazer a lição de casa e estudar. Todo empreendedor que se preze mantém-se atualizado e busca o conhecimento contínuo. Quando o líder procura se informar, ler, pesquisar e vivenciar experiências, ele soma recursos à sua capacidade de criar e inovar.

O gestor pode, e deve, estar aberto a aprender com os colaboradores, mas também deve servir de inspiração para os demais. Isso ele alcança quando, além de estudos, se dispõe a relacionar-se com as equipes, estar próximo delas, interessado em ouvir o que têm a dizer e na troca de conhecimento gerada a partir daí.

Além disso, um verdadeiro líder precisa estar ciente de que a luta contra a desmotivação, acomodação e estagnação dos colaboradores e do negócio como um tudo é um compromisso seu, principalmente. A fuga da zona de conforto, tão desejável para quem busca criatividade e inovação, depende muito do gestor, dos exemplos que dá e das decisões que toma.

Você está pronto para criar e inovar?

Neste artigo, apresentamos os principais caminhos para que empreendedores à frente de qualquer negócio possam encontrar soluções criativas e inovadoras em seu dia a dia. A partir dessas dicas, é possível construir a sua estratégia e tirá-la do papel, atuando ao lado das equipes para que metas sejam concretizadas.

É justamente esse o ponto que faz da criatividade e inovação aliadas da produtividade - e não obstáculos a ela. Como lembramos em certo ponto do artigo, por vezes, o gestor se preocupa demais e cobra muito por um ambiente produtivo, e não se permite criar, como se isso levasse à perda de tempo.

Esse é um raciocínio equivocado, pois a maior contribuição de um processo criativo e inovador está justamente na otimização dos recursos humanos e materiais, ou seja, na maneira mais rápida e qualificada de realizar uma tarefa e chegar aos objetivos da empresa.

Reflita sobre isso, pense fora da caixa e permita-se criar e inovar. 

Desenvolvido por:

Desenvolvido por: