A transferência por WhatsApp pode virar uma comodidade a mais, mas também uma fonte de dor de cabeça, segundo especialistas. O líder em inteligência de ameaças da Axur, Eduardo Schultze, avalia que, ao tentar facilitar e baratear transferências, o BC abre portas para a aplicação de novos golpes através do aplicativo de mensagens:
— É uma facilidade porque o WhatsApp é uma ferramenta de negócios para pequenos comerciantes. Mas tudo que facilita a nossa vida também facilita a dos bandidos. E o ponto negativo é que, ao não precisar passar por um aplicativo de banco para concluir a transação, você perde a rastreabilidade. Assim, vai ser muito mais difícil recuperar o dinheiro.
Segundo a Psafe, mais de 5 milhões de brasileiros tiveram números de WhatsApp clonados no ano passado.
O WhatsApp não tem data para lançar o serviço, mas diz que ele estará disponível o mais breve possível. Ainda não há detalhes sobre o seu funcionamento. Mesmo assim, Schultze sugere que, após clonar o WhatsApp da vítima, o criminoso poderia pedir empréstimos para amigos e depois, ao receber os valores, transferi-los para uma conta de seu domínio.
Na opinião do diretor do laboratório de cibersegurança da PSafe, Emilio Simoni, para efetuar fraudes financeiras, além de clonar o WhatsApp da vítima, o criminoso precisa estar de posse do código PIN cadastrado.
— É através de um primeiro contato com a possível vítima que os cibercriminosos utilizam engenharia social para convencê-la a passar seu código PIN, com o qual pode obter acesso a um WhatsApp indevidamente.
Patrícia Thomazeli, advogada especialista em Direito Bancário e sócia de Rennó Penteado Sampaio Advogados, avalia que a aprovação do Banco Central traz mais segurança ao usuário no quesito proteção de dados e cibersegurança.