Num ano marcado pela pandemia de Covid-19 e a crise econômica causada pela doença, o Brasil conseguiu abrir 142.690 vagas com carteira assinada. O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2020 foi divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.
O saldo do emprego formal em 2020, apesar de positivo, foi o pior registrado desde 2017, quando o país fechou 11,9 mil vagas.
O governo atribuiu o resultado às medidas de estímulo à economia tomadas no ano passado. A principal ação foi permitir a redução da jornada e do salário dos empregados, com parte da renda do trabalhador sendo compensada pelo governo.
O programa criado pela Medida Provisória (MP) 936 se encerrou em dezembro. Mas o governo avalia uma alternativa à medida neste início de ano, a pedido de empresários. A opção em estudo é adaptar modelo de 'lay-off', que não exige complementação salarial da União.
O Brasil registrou resultados positivos na geração de empregos entre julho e novembro. Em dezembro, voltou a fechar postos de trabalho (uma retração de 67.906), o que é considerado sazonal.
Apesar dos números positivos no ano, ainda não foi possível recuperar as perdas registradas durante o auge da crise econômica causada pela pandemia.
Entre março e junho, o país perdeu 1,612 milhão de vagas. Nos meses seguintes, foram criados 1,431 milhão de postos. O saldo do ano é positivo porque é influenciado também pela criação de vagas entre janeiro e fevereiro, antes da crise, quando foram abertas 339,9 mil posições.
De janeiro a dezembro de 2020 foram 15.166.221 admissões e de 15.023.531 desligamentos. O estoque de empregos formais no país chegou a 38,9 milhões de vínculos.
No ano passado, apenas o setor de serviços, um dos mais afetados pela pandemia, demitiu mais que contratou, registrando um saldo negativo de 132.584 vagas de trabalho. A construção civil criou 112.174 postos e a indústria 95.588 vagas. Os setores da agropecuária (+61.637) e o comércio (8.130) também abriram vagas com carteira.