Em alguns momentos, quando eu fazia parte da equipe de outras empresas, me deparei com conversas sobre alguns benefícios, que na prática não eram tão vantajosos assim, como o "desconto injusto do vale transporte (VT)", "o valor baixo do vale-refeição (VR)" ou “desconto do plano de saúde”. O fato de as pessoas estarem tão preocupadas com essas questões e não discutirem sobre os resultados de seus esforços, era algo que me incomodava bastante e desgastava um pouco o dia a dia do trabalho.
Outro tópico recorrente era sobre o horário flexível. As pausas para o cafezinho eram regadas a discussões a respeito sobre o tema.
E você sabe qual é a ideia que o horário flexível gera? "Se eu cheguei às 8h, vou sair às 17h. Mas se eu chegar às 8h30, devo ficar até às 17h30 para não passar uma imagem ruim e mostrar que estou cumprindo minha carga de trabalho". Puro engano! As pessoas devem gastar mais energia com resultado de seus esforços, com a qualidade do atendimento ou do produto e não pensar em compensar minutos por conta da imagem que podem passar para o restante da equipe ou para seus superiores.
Você consegue perceber de fato o problema? Quando a empresa toma medidas como descontar VT, VR, plano de saúde ou até minutos trabalhados, pode gerar motivos para as pessoas gastarem energia com questões que não trarão valor algum para o negócio – que não vão impulsionar resultados e, muito menos, melhorar o clima organizacional.
Acabamos por não questionar muitas coisas que seguimos. No entanto, ao pararmos para pensar e fazer um benchmarking, há exemplos de empresas com iniciativas realmente eficientes. Organizações como Facebook, por exemplo, proporcionam diversos benefícios e facilidades para o time com o objetivo de fazer com que seus talentos tenham uma única preocupação em mente: entregar um resultado excepcional.
Dessa forma, as pessoas investem tempo – perceba que o verbo usado é investir e não gastar – em atividades e estratégias para aprimorar o trabalho do dia a dia, planejar iniciativas mais impactantes e também para serem mais criativas, produtivas e assim, felizes. É isso que impacta nos números e no crescimento do negócio e de seus colaboradores.
Sou completamente a favor de cortar custos, mas é importante notar quais custos estão sendo cortados. Por isso, questione-se se isso realmente fará a diferença no fluxo do caixa ou há outros itens que causam um impacto maior. Você prefere economizar R$ 200 reais em despesas gerais ou criar uma inovação que trará retornos mensais superiores a R$ 20 mil? Alie o bom senso à lógica para chegar à resposta que seja ideal para seu negócio! Te provoco a fazer essa reflexão.