O número de mulheres em cargos de gestão aumentou neste ano na comparação com 2015.
A pesquisa International Business Report (IBR) – Women in Business, realizada pela Grant Thornton em 36 países, mostra que do ano passado para cá houve queda de 4 pontos percentuais no volume de empresas no país sem mulheres em cargos de liderança: o índice saiu de 57% para 53%.
A presença delas em cargos de CEO também aumentou: era 5% em 2015 e foi para 11% neste ano. Já o número de empresas com mulheres no comando financeiro (CFO) passou de 5% para 11%.
Apesar das pesquisas indicarem uma mudança de cenário, esse percentual ainda é considerado baixo. A gerente de suporte técnico da Contmatic, Adriana Ferreira, é uma dessas exceções. Ela trabalha com gestão de pessoas há 24 anos e hoje cuida de uma equipe com mais de cem colaboradores.
Adriana dá três dicas valiosas para as mulheres que querem ser bem-sucedidas em cargos de gestão.
Tudo depende da sua ótica
“Nós é que construímos nossos impeditivos. Trabalho há mais de duas décadas com gestão de pessoas e nunca me senti inferior por ser uma chefe mulher. Claro que há situações difíceis, mas temos que saber contornar, acontecem com ambos os sexos. Se eu for disputar uma vaga e já me sentir ameaçada porque estou concorrendo com um homem, certamente não serei a escolhida. Não podemos nos vitimizar”, afirma Adriana.
Tenha inteligência emocional
Adriana conta que em 24 anos gerenciando pessoas houve apenas uma vez em que se deparou com uma situação de preconceito.
“Passei orientação a um colaborador sobre um determinado comportamento inadequado. Precisei novamente orientá-lo sobre a mesma situação por mais duas vezes. Passados os dias, quando fui cobrá-lo pela quarta vez, ele simplesmente tentou me agredir. Me mantive firme e logo chegaram outras pessoas para me ajudar. Claro, ele foi demitido. Precisamos ter inteligência emocional para lidar com situações como essa. Elas são raras, mas existem”, diz.
Mantenha-se atualizada sempre
A primeira formação da Adriana foi em Administração. Como sua área demandava muito conhecimento na área de impostos e leis ela foi complementar seu aprendizado no curso de Direito. E não parou por aí. Como na época já trabalhava liderando uma equipe decidiu fazer uma MBA em Gestão de Pessoas.
“Atualmente faço uma pós-graduação em Psicologia Organizacional porque acredito que o mais difícil hoje é a relação humana. Procuro ter equipes mistas, tanto no sexo quanto na idade, e demais diversidades, justamente para captar diferentes pontos de vista”, conta.